domingo, 15 de junho de 2014

Esculturas de Gelo

Milhões de olhares sem destino 
Um destino incerto em cada um
Uma leve vida levada pela maré
Perdidos, olhares, pensamentos
e sonhos
Máquina de gelo pulsante
a bater num peito artificial
Tanto por sentir
Tanto por sorrir
Tanto por chorar
O homem de gelo escolhe apenas viver
Tanto por fazer
Tanta vida por vir
E tanta ficando pra trás
Na pressa não se sente,
não se sofre,
apenas se vive
uma vida breve
que nem se viu passar
Me congele
com suas palavras
Me julgue
sem me ver por dentro
Me leia
sem pensar nas entrelinhas
Assim nunca saberá
que escolhi sentir
e não apenas viver.

sábado, 8 de março de 2014

Dias Vulgares

Sentimentos dispersos e confusão:
Não se sente ou não se sabe
O que se sente antes que acabe.
Melhor não sentir nada então.

Leve como o ar, se esvaindo...
Alma, corpo, mente a cair
No abismo do vazio partindo.

Nada sentindo, nada pensando.
E no nada de seu próprio eu 
Os dias e a vida vão passando.


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Sentido


Palavras sempre possuem um sentido.
É seu dom natural, sempre o terão.
Difícil dar-lhes o sentido pretendido
e não aquele que os outros entenderão

Palavras transitórias, sempre a escapar.

Dos dedos ao papel, e deste ao pensar.
Do nosso intento a outra mente,
a uma realidade intermitente

Fácil dar à vida algum sentido.

A cada segundo os encontramos.
Difícil dar o sentido que desejamos.
Ela parece nos querer provar
a cada instante.
Levando embora qualquer sentido
que encontramos antes.



sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Untitled

I drown on my own tears
I can't breath more
I feel the embrace of agony

My heart is frozen
Love turned me on a ghost
My eyes are dark
My face is pale

Nothing more has color
When I am feeling blue

Longe

O amor que se esvanece a cada dia
Coração endurece na triste solidão
Vai embora linda, tão leve partia
Não a tenho, nunca terei. Desilusão!

Por que sempre tão longe de mim?
A sua mente se mantém distante
Me faz sentir tão sozinha assim
Para ti, nunca boa o bastante!

Medo de estar perto, coragem de deixar...
Dor por inteiro, força de sobreviver
Sangue de um sentimento a se apagar
Lavado por olhos a diluir meu ser

Inexistindo

Os olhos percorrem tudo, e nada veem
Os ruídos estridentes, nada lhe dizem
O ar toca sua pele, mas nada sente

Entre viver e existir, apenas está lá!
Entre a felicidade e a vida, o destino está lá!
Está lá, mas não parece estar em lugar algum...

Que pode uma alma "inexistindo" fazer?
Quando o sentido das coisas não há mais?
Quando viver e existir são verbos sem significado?

Elegia do Anjo e do Mar

Já me acostumei à tua ausência.
Sempre comigo quando menos quero.
Mata por dentro alma de inocência
que desejou teu carinho com esmero.

Nunca ambicionou o que não era seu.
"Só queria amar e dar um basta a essa dor"
Doce amar que num mar se perdeu.
O mar nos olhos é a sina do perdedor.

O anjo caído caiu por terra
Perdeu a força do sonhar
Já não consegue mais voar